31 de agosto de 2007

como a fada surgiu

Primeiro veio o nome, fada inflada, em letras minúsculas, como quem não quer nada. Pressa? Nem pensar! A fada é avessa ao ritmo rápido do mundo. Trançar as sílabas de uma história-porvir se faz com um passo pra frente e outro pra trás. Às vezes esse ziguezague dava uma zonzeira. Era preciso descansar. Então eu tecia outros contos, como se a fada na estivesse lá. Após um ano, a fada resolveu compartilhar sua história, que já estava ali há muito tempo, no canto da memória – não sei se dela ou minha, se minha ou dela – enrolada feito um gato numa poltrona macia. Como eu imaginava, não deu outra, a fada fugiu das solenidades para fazer sua aparição. Escolheu justo uma tarde em que eu voltava pra casa/escritório depois do almoço, sem caneta ou lápis à mão. Subi de elevador para chegar mais rápido até o papel, onde anotei as palavras que o vento me soprou. Dei à fada um corpo da cor do céu. Mais um ano se passou e a fada finalmente arranjou um jeito de vir ao mundo com traços de tinta preta e aquarela. Agora falta pôr o livro na gráfica e sentir aquele cheiro bom de tinta estampada na página. No fim de novembro, a fada irá voar na mesma praça redonda onde ela deu o ar de sua graça.

algumas páginas do livro

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30 de agosto de 2007

sombra e água fresca

A gente espalhou papéis e aquarelas pelo chão e experimentou tanto unir o traço à tinta, como fazê-los separados para juntar depois.

as primeiras aquarelas